Comunicado da Crescer Livre sobre as intervenções nas escolas no âmbito da disciplina Cidadania e Desenvolvimento

AS ESCOLAS E AS INTERVENÇÕES DESAJUSTADAS DE PARCEIROS EXTERNOS

Nestes últimos dias passou a ser tema de debate nos meios de comunicação e nas redes sociais a polémica sobre questões colocadas aos alunos no âmbito da disciplina curricular Cidadania e Desenvolvimento numa escola do Porto. Pais e educadores mostraram-se preocupados pois consideraram as questões invasoras da intimidade, desajustadas à fase de desenvolvimento dos seus filhos e educandos, sem que tivessem sido previamente apresentadas quer à professora quer aos pais.

Perante este problema a Associação CRESCER LIVRE reafirma ser da maior importância o cuidado a ter com cada criança, adolescente e jovem durante todo o seu percurso escolar. É fulcral que não sejam confrontados com temas e conteúdos curriculares que possam perturbar o seu crescimento e desenvolvimento, livre e equilibrado. Temas cujos conteúdos são, na sua maioria relacionados com princípios e valores pessoais e familiares, filosofias de vida e religião, conceitos sobre a Pessoa, a Família e a Sexualidade devem ser cuidadosamente discutidos com os pais e encarregados de educação para que possam ser ajustados a cada criança, adolescente e jovem.

Embora por vezes seja difícil ajustar a disponibilidade da escola e dos pais para esses encontros e reuniões, de facto é importante que aconteçam. No caso especifico desta escola através da professora diretora de turma e os pais estavam em sintonia e a colaborarem mutuamente, no entanto a variável não controlada que causou todo o problema, foi a instituição ou associação parceira que foi escolhida para intervir.

Constatamos que esta situação não é isolada. Situações semelhantes e também preocupantes no que se refere a parcerias e parceiros que intervêm nas escolas, têm vindo a acontecer nas escolas e agrupamentos de escolas, a nível nacional. Por vezes, as escolas são alvo de associações e parceiros que ultrapassam o conhecimento dos pais e o dos professores e que revelam uma forma de estar e de intervir que não respeita o desenvolvimento dos alunos, perturbando-os com conteúdo e estratégias agressivas pelo seu realismo e desajuste no tempo.

Teresa Tomé Ribeiro
Presidente da Associação CRESCER LIVRE
www.crescerlivre.pt