A arte em todas as suas formas é expressão do Homem como ser cultural capaz de simbolizar, descrever o tangível e o intangível. Tem a missão de questionar e provocar questões sobre o homem, sobre o mundo e sobre o sentido da vida. Daí, não ser consensual. A arte nunca é pacífica! E, quanto mais confronta, questiona e provoca menos pacifica é. Por isso é desafiante.
É neste contexto que se enquadra a lei que classifica e regulamenta o acesso a exposições, espetáculos, filmes, tipos de literatura e musica por diferentes grupos etários. Pretende-se que o confronto com as questões que a arte coloca, esteja ajustado à etapa de desenvolvimento e de maturidade da criança e do adolescente de forma a ser útil ao desenvolvimento.
A Pessoa tem o seu tempo. Necessita do seu tempo. Tempo de crescer, tempo de se conhecer e conhecer os outros, tempo para conhecer o mundo. E para tal, necessita de ter um ambiente cultural próprio em cada etapa do seu desenvolvimento.
A arte é muitas vezes expressão das nossas questões de adultos, que envolvem emoções, estados de animo, crises internas que nos perturbam, que nos provocam. Estes confrontos por vezes fraturantes são uteis e o contributo da arte é rico nesse aspeto. Como adultos temos
liberdade para nos expormos a esses confrontos, porque temos conhecimento e maturidade e deles podemos obter respostas. Uma criança não tem esse conhecimento, nem tem essa capacidade. Quando exposta a um contexto cultural desajustado ao seu desenvolvimento é agredida no seu direito de liberdade. Estamos a retirar-lhe a liberdade de crescer com tempo
Como mãe, educadora considero da maior importância o cuidado a ter com cada criança. Considero ser da máxima importância não ser permitido a menores a entrada em exposições e outras formas de arte que sejam desajustados ao seu momento de crescimento.
Para uma criança CRESCER LIVRE temos que saber cuidar dos contextos a que as expomos.
Teresa Tomé Ribeiro
Núcleo de Reflexão